Princípios de Design Instrucional - EDU621 - 2.2

Recursos Educacionais

Conteúdo organizado por Deborah Costa e Zuleica Ramos Tani em 2022 do livro Design Instrucional na Prática, publicado em 2008 por Andrea Filatro, pela editora Pearson Universidades.

Recursos Educacionais

Objetivos de Aprendizagem

Introdução 

O conteúdo do currículo educacional é identificado por leis e normativas considerando o que se espera da consolidação do trabalho pedagógico. O planejamento educacional é compartilhado com o Designer Instrucional que o usa como ferramenta de trabalho para orientar o desenvolvimento da proposta do curso, inserindo estratégias de aprendizagem, sempre respeitando o público-alvo, os objetivos de aprendizagem propostos e os recursos disponíveis. 

Neste sentido, Savioli e Torezani (2020) destacam aspectos do projeto de curso a saber:

Estes passos direcionam as outras atividades de desenvolvimento e produção do curso e o processo de execução do planejamento pode ser iniciado.

Realizar o design do currículo ou do programa educacional. 

O profissional Designer Instrucional inicia o seu trabalho com as reuniões para definir o escopo do currículo ou programa. O planejamento dos cursos/disciplinas é baseado nos resultados do levantamento de necessidades. No primeiro momento, é importante ter o desenho do curso construído com a visão holística do DI, que planeja a trilha de aprendizagem a partir da sequência didática do especialista para o público-alvo e seleciona uma variedade de recursos para definir o conteúdo instrucional. 

Filatro (2008) tem a preocupação em separar etapas para identificar o conteúdo requerido, analisando e modificando os materiais existentes para assegurar o tratamento adequado do conteúdo. 

Dentre as funções está a determinação dos pré-requisitos, de acordo com o tipo de conteúdo, às necessidades dos alunos e da organização. 

Cabe ao Designer Instrucional usar para realizar a institucionalização dos diversos tipos de conteúdo, buscando sempre realizar uma escrita dialogada que seja compatível com as características do público-alvo. Considerando que a produção do curso/disciplina tem como referência o público para o qual os conteúdos serão trabalhados e o perfil de aprendizagem deste público, a seleção de conteúdos e o desenvolvimento das atividades de aprendizagem são influenciados pelas características do público-alvo. 

Dentre as habilidades do DI está o discernimento e escolhas de recursos a serem utilizados com os conteúdos sequenciados pelos especialistas, bem como a definição das estratégias instrucionais utilizadas em cada trilha de aprendizagem.   

Palloff e Pratt (2013) ressaltam:

Estabelecer presença é a principal prioridade em uma aula online, e a capacidade do instrutor de fazê-la de forma eficaz, como de ser capaz de encorajar o seu desenvolvimento entre estudantes, é uma medida de excelência do instrutor online. Estabelecer presença é o processo de demonstrar aos outros quem somos no ambiente online e de fazer contatos sociais com aqueles que compartilham esse ambiente conosco.

O desenvolvimento de um projeto de educação corporativa, por exemplo, considera a integração entre a empresa, o Designer Instrucional incluindo os especialistas que farão a produção dos conteúdos brutos, o tutor ou monitor, além do instrutor ou moderador. A escolha das mídias e canais de comunicação apropriados passam pela análise do Designer Instrucional, considerando os objetivos pretendidos para selecionar estratégias instrucionais apropriadas. Ouvir e ser ouvido por quem estará em contato direto com o aluno auxilia na seleção das estratégias apropriadas para promover a participação e a motivação dos alunos. 

A prática do Design Instrucional: função gerencial

Além da elaboração do projeto, o Designer Instrucional recebe a função de gestor do projeto. A proporção das suas responsabilidades depende da complexidade do projeto e do tamanho da equipe, b em como da estrutura da instituição que desenvolve o projeto. Mesmo com uma equipe de design instrucional atuante, é importante a figura de um gestor do projeto que apresente a visão global alinhada com a proposta inicial. É comum que durante o processo surjam novas ideias, novas ferramentas e a diversificação torne-se uma realidade. 

Lembrando que o curso precisa integralizar conteúdos, metodologias, atividades, sistema de avaliação e processos de interação, tem-se que a responsabilidade gerenciar os processos é do designer instrucional que busca garantir coerências e coesão entre os elementos e componentes previstos para o curso. Por isso é preciso primeiro desenvolver um sistema de avaliação e validação da produção. A cada etapa do design instrucional de um curso deve-se colher sugestões e aprovação dos interessados e envolvidos no projeto (stakeholders). 

Fazer um inventário de todos os materiais didáticos existentes, identificar materiais existentes apropriados para reaproveitamento ou adaptação que sejam consistentes com as especificações do plano de ensino, selecionar materiais para apoiar as análises prévias de conteúdo, tecnologias propostas, bem como os canais de comunicação e as estratégias instrucionais, trarão o direcionamento para análise e avaliação do processo de desenvolvimento do curso como um todo.

A colaboração de especialistas para validar os materiais produzidos por conteudistas ou selecionados ou adaptados é essencial na integralização dos materiais construídos pela equipe de design instrucional. 

Muitas vezes será necessário desenvolver novos materiais didáticos, consistentes com as análises de conteúdo e objetivos, as tecnologias propostas, os métodos de comunicação e as estratégias de ensino.

O trabalho é desenvolvido sempre em conjunto com conteudistas que receberão a colaboração do Designer Instrucional durante todo o processo de produção. O Designer Instrucional deve acompanhar a escrita dos materiais didáticos que serão produzidos em diversos formatos, assim como deve projetar atividades de ensino que reflitam a diversidade dos alunos como indivíduos ou grupos, bem como abarque os diferentes estilos de aprendizagem. 

A criação de um design que se adapte a diferentes estilos de aprendizagem versará a ótica de que quem escreve nem sempre estará à frente do público-alvo e, por conseguinte, é importante estar atento para o impacto cultural dos materiais utilizados na proposta do curso para poder sanar possíveis dificuldades.

Como salienta Palloff e Pratt (2013) o instrutor online depende do cuidado na elaboração do conteúdo pelo conteudista e na adaptação deste conteúdo para o ambiente online realizado pelo Designer Instrucional. O sucesso do material depende ainda da flexibilidade do instrutor em considerar fatores culturais que possam influenciar o processo de aprendizagem. A construção precisa ser discutida, validada e concretizada.

Ao estudar as funções e direcionamento do Designer Instrucional parece que o trabalho é exaustivo. Importante destacar que as funções indicadas são para o trabalho em equipe. O Designer Instrucional não trabalha sozinho e nem poderia, embora em muitas situações isso possa vir a ocorrer. O sucesso do planejamento e implantação eficaz dos programas educacionais considera o trabalho em equipe um diferencial no alcance dos resultados.

Após a implementação do curso deve-se ter o acompanhamento sob a responsabilidade do DI que irá:

Ser gestor na área de Design Instrucional requer Planejar, Organizar, Controlar e Validar todo o processo, além das habilidades técnicas e reconhecidas no mercado de trabalho. 

saiba mais

Conheça alguns recursos didáticos disponíveis para a Educação a distância para a Educação Básica.

Em resumo

O trabalho do Designer Instrucional é importante e necessário porque influencia diretamente na aprendizagem do aluno e na forma como o curso oferecido é experimentado pelos cursistas e por todos os demais profissionais que se relacionam com o projeto educacional.

Estudo
de caso

DESIGN INSTRUCIONAL E RECURSOS MULTIMÍDIA: UMA PARCERIA ESTRATÉGICA PARA O ENSINO EFICAZ - Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação. São Paulo, v. 10, n. 08, ago. 2024. Disponível em: https://bit.ly/7893  acesso em 18/11/2024

na ponta da língua

Referências
Bibliográficas

Filatro, A. (2008). Design Instrucional na Prática. Pearson Prentice Hall.

Filatro, A. (2010). Design Instrucional contextualizado: educação e tecnologia. 3ª edição. São Paulo: Senac.

Palloff, R. M. e Pratt, K. (2013). O Instrutor Online: Estratégias para a excelência profissional. Tradução: Fernando de Siqueira. Porto Alegre: Penso.

Savioli, C e Torezani, G. (2020). Design Instrucional e Negócio Digital: Como planejar, produzir e publicar um negócio virtual educacional. Brasília: Clube de Autores.

Princípios de Design Instrucional - EDU621 - 2.2

Recursos Educacionais

Imagens: Shutterstock

Livro de Referência:

Design instrucional na prática

Andrea Filatro

Pearson Universidades, 2008

MUST University®: licensed by Florida Commission for Independent Education, License: 5593.